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Texto para discussão 05/2006

Equilíbrio com pleno emprego e equilíbrio com desemprego em um contexto de preços e salários flexíveis: o debate entre Keynes e os (neo) clássicos
Fabrício J. Missio*, José Luís Oreiro**

Resumo
O presente trabalho tem por objetivo retomar o debate entre Keynes e os (neo) clássicos sobre os determinantes da posição de equilíbrio de longo prazo da economia. Como mostrou Keynes na Teoria Geral, com base no principio da demanda efetiva, não existem forças endógenas capazes de gerar e manter a plena ocupação dos fatores sendo, portanto, o equilíbrio com capacidade ociosa (abaixo do pleno emprego) - de fato - a condição normal da economia capitalista. A reação do pensamento convencional, naquilo que ficou conhecido como síntese neoclássica, buscou demonstrar que as proposições fundamentais da economia clássica ainda poderiam ser recuperadas por intermédio de uma estrutura analítica Walrasiana. Mais especificamente, o que estes autores buscaram mostrar é que o modelo proposto pela macroeconomia keynesiana era válido somente no curto prazo, onde as flutuações econômicas eram explicadas, principalmente, pela rigidez de preços e de salários. Essa conclusão baseia-se principalmente sobre a hipótese da atuação do efeito riqueza real (efeito Pigou). Entretanto, esta hipótese é altamente contestável, uma vez que a deflação dos salários nominais também gera efeitos recessivos na economia, os quais, se suficientemente forte, podem neutralizar e até mesmo reverter o efeito riqueza real.

Palavras-chave: equilíbrio; flexibilidade; desemprego involuntário.

* Professor da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) e mestrando em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
** Doutor pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Diretor do Centro de Pesquisas Econômicas da UFPR e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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